sexta-feira, 17 de agosto de 2007

carpe diem
Confias no incerto amanhã? Entregas
às sombras do acaso a resposta inadiável?
Aceitas que a diurna inquietação da alma
substitua o riso claro de um corpo
que te exige o prazer? Fogem-te, por entre os dedos,
os instantes; e nos lábios dessa que amaste
morre um fim de frase, deixando a dúvida
definitiva. Um nome inútil persegue a tua memória,
para que o roubes ao sono dos sentidos. Porém,
nenhum rosto lhe dá a forma que desejarias;
e abraças a própria figura do vazio. Então,
por que esperas para sair ao encontro da vida,
do sopro quente da primavera, das margens
visíveis do humano? "Não", dizes, "nada me obrigará
à renúncia de mim próprio --- nem esse olhar
que me oferece o leito profundo da sua imagem!"
Louco, ignora que o destino, por vezes,
se confunde com a brevidade do verso.
Nuno Júdice

4 comentários:

storytellers disse...

que bonito este texto! ADOREI!


encarcerados os meus olhos
nos seus olhos
já a lonjura urdia
a valsa dos duendes
--------------------

disse-me
a loucura tem escamas
nos meus olhos
mas nenhuma linha dos teus versos
a alforria

João Rios (a impaciência das cores seguido de o dicionário das insignificâncias)

beijos

Mateso disse...

O incerto amanhã. é a vida que se desdobra. Porque não confiar se somos vida?
Gostei muito.
Bj.

Flávia Vida disse...

carpe diem ...
aproveitem cada dia como se fosse o último ...
beijos e beijos
texto lindo blá blá blá este que me destes de presente
e obrigada pela visita, mateso, andavas sumidinha ...
:)
:)

Bruxinha disse...

Vc nao me deixe só pq tenho medo do escuro e do inseguro ....some nao branquela....