moradas privativas
Como já dizia Mário Quintana, O amor é quando a gente mora um no outro. Tão linda combinação de palavras me fez lembrar que morar um no outro predispõe pagar aluguéis caros demais, quando em vez. E que, portanto, deve – se sempre cuidar com esmero dessas moradas [para que valha sempre à pena pagar o preço que se paga]. Então, deve-se fazer uma faxina daquelas hora ou outra. E deixar os cantos bem vazios da poeira que entra pelas frestas das janelas em dias secos de inverno como estes que, por ora, demoram a passar. Tem de abrir bem as janelas em dias quentes para fazer o ar circular por entre os cômodos grandes e aconchegantes. E cerrá-las com propriedade para que a brisa gelada de fins de tarde do mês que ainda está por vir não venha umedecer os 'esqueletos' das nossas moradas [ou mesmo gelar nossos pés enquanto dormimos]. Tão doces palavras de autor tão sublime não me deixam esquecer também dos jardins destas nossas casas. De cuidar delicadamente de seus pomares. De aparar as arvoretas que começam a salpicar todo o chão de pétalas coloridas nessa época do ano; de podar e cortar os espinhos das roseiras que custam a fazer brotar suas rosas vermelhas, enormes e magníficas trazidas da Holanda; de regar SEMPRE todas as flores das mais variadas tonalidades e espécies que enfeitam em demasia as pequenas sacadas a morar debaixo das vidraças. A pequena frase me lembra de não esquecer nunca que aluguéis tão caros assim pedem também em troca zelos peculiares com a estrutura destas moradas [para que todos os dias dentro delas sejam tranqüilos e seguros]. E que viver um no outro demanda tempo, carinho, respeito, dedicação, amizade, apego, paixão ... E que nós, os inquilinos desses APs privativos não podemos jamais, e em tempo ou hipótese alguma, esquecer, um dia se quer, de aplicá-los nestas nossas GRANDIOSAS, luminosas, ÚNICAS e aconchegantes casas. Porque é assim que tem que ser: cuidar um do outro sem nunca esquecer de cuidar [primeiro] de nós mesmos.