
Quando de minha vida pareço distante paro e respiro por um instante. E nesse mesmo instante, o sonho que demora em meu peito irrompe fazendo escorrer assim cada parte sua por dentro da minha alma. Ajeito minha cabeça no travesseiro. Fecho suavemente os olhos. Vou levando comigo cada pedaço do sonho rompido que parecia querer escapar por entre estas minhas janelas já cerradas. Não sei para onde vou. Chego. Não sei onde estou.Caminho pelas ruas de uma cidade que não conheço, de um país que nunca vi e nunca estive. O dia já está quase virando noite. Não sinto calor, nem frio. Mas, o chão está molhado. Vejo pessoas diferentes. De costumes, idéias e pensamentos diferentes. Lugar bom. Aconchegante. Aparentemente real. Talvez seja. Sinto- me feliz. Em casa. Mesmo estando claramente tão longe de casa. Do aqui e do agora. Do presente que nada possui. Então, sem querer lembro-me dele. E a ele acabo voltando. Ao mesmo presente que está sempre a me emprestar a sensação trivial do início. Respiro novamente. Quando de mim a minha vida parece distante recomeço tudo outra vez ...